segunda-feira, maio 09, 2016

O QUE SOMOS PARA ELES?


Para Dilma.

A sua atuação predatória na condição de presidente da República lhe tirou, indiscutivelmente, o direito à sua continuidade no governo. Houvesse hoje o mecanismo de consulta popular para revalidação, ou não, de mandato, e os 54 milhões de votos estariam reduzidos a pouco mais que nada. 

Dilma, portanto, não tem qualquer base de apoio da população. 

Mais do que isso, ela há muito perdeu o apoio do próprio PT que se posicionou contra os princípios que nortearam e norteiam suas decisões.

Pior ainda e como cereja do bolo, Lula, seu mentor, declarou em frases diversas nos último 45 dias, seu profundo arrependimento em te-la escolhido para lhe suceder.

Entretanto, apesar de Dilma não ter mais o mínimo apoio político para governar, ela além de se recusar a renunciar, promete, nos 180 dias após à decisão do Senado de afastá-la, fazer uso de todos os recursos que achar úteis para manter o país em suspendo, ameaçando com um improvável, por ilógico e insano, retorno ao poder. 

Então, vem a pergunta: o que somos para Dilma que se acha mais importante que todos os cidadãos que hoje estão pagando o preço de suas incompetências?

Para o PT.

O partido puxou o tapete de Dilma e, com isto, na minha visão, deu uma grande contribuição para a viabilização do impeachment, mas quando o processo se mostrou viável e provável, o PT se dá conta de que vai ser posto porta afora de todas as tantas mil salas que ocupa nas várias instâncias do Estado assim que Dilma for afastada. Passa, então, o PT, a colocar todos os seus, membros do governo e parlamentares, na Câmara e no Senado, a trabalhar com um só propósito, qual seja o de arrastar tanto quanto possível, ad eternum, de preferência, o processo de impeachment.

Neste projeto de tentar arrumar um jeito de desfazer o que está sendo desfeito, chegamos ao cúmulo de, por ideia de José Eduardo Cardozo, e execução de Waldir Maranhão, tentar, no presente, mudar o passado.


"No Brasil, até o passado é incerto."

Atribuída a Pedro Malan e Gustavo Loyola, nos idos de 2002

Que partido é esse que, irresponsavelmente gera déficits orçamentários com o argumento de distribuir renda, joga o país em uma inflação da qual já tínhamos nos livrado, e a uma recessão sem igual na história brasileira? E ainda continua com o discurso insensato de que foi o partido que mais fez pelos trabalhadores!!!??? 

Então, vem a pergunta: o que somos para o PT que tem como projeto democrático se manter no poder por 30 ou mais anos, às custas de sangrar empresas e cidadãos brasileiros sem qualquer limite ético?

Para Lula.

O "grande líder" que se auto-proclama inculto como qualidade, se diz "o mais honesto dos brasileiros" mas se encontra indiciado em processos que o acusam de aceitar propina na forma de imóveis vários, quanto aos quais diz ser "de amigos".

Apesar de 8 anos no poder, nunca soube de nada que acontecia bem abaixo de seu nariz. Nunca soube das roubalheiras nas empresas públicas, nos fundos de pensão, nos gastos com publicidade. Um inocente que ficou a serviço das grandes empreiteiras dentro e fora do país. Parênteses: só de uma construtora, o Estado vai receber de volta R$ 1 bilhão de reais definidos num acordo de leniência.

Apeado do poder, não deixou de exercê-lo, ou de tentar exercê-lo avocando sua superioridade política sobre Dilma. Por meios estranhos, tentou voltar ao poder, mas Dilma dá um tiro no pé, dele, quando é flagrada armando "a jogada" de nomeação de Lula para ministro, o que ele aceita sem constrangimento.

Então, vem a pergunta: o que somos para Lula que tem na divisão do país entre "nós e eles" sua principal estratégia de obtenção de apoio popular, detentor da grande verdade filosófica de solução sócio-econômica, e o político pragmático que coopta "os 300 picaretas" ignorando as consequências de seu pragmatismo pois lhe interessa apenas se perpetuar no poder?

O que somos para os psicopatas? Apenas massa de manobra. É ruim aceitar, mas hoje é o que somos. Será que nos livraremos disso? Deles? Ou conviveremos com isto? Com eles? Num grande acordão hipócrita.

Um comentário:

  1. Ao ler este post volto a refletir sobre como tudo isto se deu? Quem permitiu que o PT ficasse 13 anos – 4 eleições - no poder cometendo todos os atos criminosos que tivemos ciência sem que nada fosse feito para interromper? Discorro e acabo sempre chegando em “nós”.

    Seguindo o raciocínio deste post, então vem a pergunta: o que somos para nós mesmos?

    Aristóteles em IV a.C. definiu o homem como Animal Político ...”pois somente ele possui a linguagem e esta é o fundamento da comunicação entre os seres humanos. (...) o Homem utiliza a palavra (logos) e com isso a sua capacidade de julgamento entre o bem e o mal, o certo e errado.”

    Se somos um animal político porque utilizamos a linguagem falada e escrita junto à razão não podemos nos sujeitar à ignorância porque se assim o fizermos certamente nos tornaremos num Animal Analfabeto Político.

    Bertold Brecht (1898 – 1956) escreveu em seu poema o Analfabeto Político:

    “O pior analfabeto
    é o analfabeto político.
    Ele não ouve, não fala,
    nem participa dos acontecimentos políticos.
    Ele não sabe o custo de vida,
    o preço do feijão, do peixe, da farinha,
    do aluguel, do sapato e do remédio
    dependem das decisões políticas.
    O analfabeto político
    é tão burro que se orgulha
    e estufa o peito dizendo
    que odeia a política.
    Não sabe o imbecil que,
    da sua ignorância política,
    nasce a prostituta, o menor abandonado,
    e o pior de todos os bandidos,
    que é o político vigarista,
    pilantra, corrupto e lacaio
    das empresas nacionais e multinacionais.” (...)ou corruptor das empresas nacionais e multinacionais tornando-as lacaias do seu projeto criminoso de poder. [este (...) é meu acréscimo me baseando no “Para Lula” deste post].

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